Roda de Conversa sobre Masculinidades e Saúde Pública é ofertada para os meninos do PIIT

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Roda de Conversa sobre Masculinidades e Saúde Pública é ofertada para os meninos do PIIT

Conteúdo produzido por Felipe Garcia Camargo

O intuito da criação desse espaço foi o de abrir um diálogo contínuo sobre as práticas coletivas e individuais do mundo dos homens, almejando buscar qualificar os sensos sobre as diversas masculinidades existentes. O ambiente contou com materiais disparadores como dados e estatísticas sociais, vídeos, trechos de filmes e dinâmicas para se fazer refletir e trocar sobre os sentidos positivos e negativos que as masculinidades, na cultura atual, tem enfrentado, e como esses meninos em sua formação para o mundo do trabalho, vem se relacionando com isso.

Nesse espaço em construção, buscamos compreender juntos as formas de expressar a masculinidade enquanto uma prática diversa e plural. Falamos sobre os estereótipos mais comuns de masculinidade, que inclusive são em geral um modelo e padrão social, estimulado culturalmente para ser seguido desde a infância, meninos vestes azul, podem brincar de carrinho, skate, futebol, bicicleta e jogos de armas e guerra, já as mulheres vestem rosa e devem brincar de boneca, casinha, cozinhar, cuidar do bebê e não devem se misturar com as brincadeiras de menino. Essas formas padronizadas de educação para meninos e meninas na infância vem mudando e isso se mostra positivo. O que nos resta compreender melhor é quais desses hábitos e práticas de masculinidades podem se tornar tóxicas e nocivas para nós mesmos, para a nossa família e para toda a sociedade. Também falamos sobre os hábitos e práticas de masculinidades que podem se tornar saudáveis, pois cada sujeito traz consigo referências particulares e tem o poder de escolha, de mudança, caso o caminho que está seguindo não se mostre bom e frutífero para ele e seus pares.

Portanto, vamos compreendendo que ao falarmos em saúde masculina, precisamos pensar nos processos que geram adoecimentos (doenças) que mais tem nos afetado historicamente e causado riscos à saúde dos homens e de seus relacionamentos. Citamos alguns principais que aprofundamos nas oficinas, como o desequilíbrio ou a falta de: saúde emocional, saúde psíquica, saúde física (do corpo), saúde relacional, saúde sexual, saúde laboral (trabalho), entre outras.

Porque se torna uma questão de saúde pública ser homem na sociedade atual? Trazemos alguns dados trabalhados aqui para buscar entender quais caminhos muitos homens tem seguido e que, muitas vezes sem se dar conta, tem levado a sociedade a um processo de adoecimento coletivo, principalmente masculino, neste recorte.

 

 

Somos analfabetos emocionais: 6 a cada 10 homens concordam que foram ensinados a NÃO expressar suas emoções (Instituto PdH +Zooma Inc, 2019);

 

 

 

-Temos que ser fortes: 7 a cada 10 homens concordam que foram ensinados a NÃO demonstrar fragilidade.  (Instituto PdH +Zooma Inc, 2019);

 

 

 

 

-Moramos nas ruas: 82% das pessoas em situação de rua são Homens (MDS, 2008);

 

 

 

 

 

-Lotamos as prisões:95% da população carcerária é composta por homens (INFOPEN, 2017);

 

 

 

 

 

Morremos mais cedo que as mulheres: a expectativa de vida dos homens é 7 anos menor do que a das mulheres (IBGE, 2017);

 

 

 

 

Violentamos as mulheres: a cada 7 segundos, uma mulher é violentada no Brasil (DataFolha. 2018);

 

 

 

 

 

Abandonamos nossos filhos: mais de 5,5 milhões de crianças brasileiras não têm o nome do pai na certidão de nascimento (CNJ, 2013);

 

 

 

 

 

 

Somos quem mais mata: 95% dos assassinatos no mundo são cometidos por homens (UNODC, 2014);

 

 

 

 

 

Somos os mais assassinados também: 91% das mortes por homicídios tem homens como vítimas (Ministério da Saúde, 2017);

 

 

 

 

 

Tiramos a nossa própria vida: a cada 6 suicídios, 5 são realizados por homens (IHME, 2017);

 

 

 

 

Somos os que mais fazem uso problemático do Álcool: Das 283 milhões de pessoas no mundo que fazem uso problemático de álcool 83% são homens (OMS 2018);

 

 

 

 

E, em contrapartida à isso, ocupamos quase todo espaço na política: homens ocupam 85% das cadeiras na Câmara de Deputados (Câmara dos Deputados, 2020);

 

 

 

 

Esses dados assustam e fazem refletir, porém, podem nos dar a impressão que ser homem é um problema, pode nos gerar mais culpa, medo e angústia do que já sentimos, mesmo que neguemos na rodinha dos amigos. Algo que não é a intenção dessa discussão. O que se busca refletir com esses números e esses potenciais problemas masculinos que são expressos em problemas individuais, familiares e sociais que nos atravessam cotidianamente, é, qual o sentido de ser masculino que estamos utilizando? Qual o sentido de masculino e de ser homem que simplesmente reproduzimos sem refletir e escolher conscientemente por isso? A qual sentido estamos tornando nossos, muitas vezes sem pensar nas nossas ações e/ou a ação de amigos, familiares e etc?

Esse espaço é para refletir sobre as emoções e sentimentos que nos chegam em cada dilema, situação dificil, medo, angústia, dúvida do que fazer com nossas vidas. É para falar e expressar sobre as dificuldades que os homens e meninos tem passado quando não conseguem mais encontrar escuta nos conflitos que nos atravessam em nossa masculinidade, seja ela qual for.

Para fechar, retomamos um pouco do conteúdo trabalhado para chegar a algumas conclusões juntos. Ser homem e ser Masculino, é ser humano, portanto também vulnerável. Ser homem e ser masculino é, também, uma construção sócio-cultural, determinada, muitas vezes, por hábitos e práticas culturais aceitas, ou não, em uma sociedade. Ser homem e ser masculino é também plural e diverso. E como um sujeito de direitos que somos, como por exemplo ao direito à educação, a saúde e etc… É também um sujeito de deveres para com o coletivo, de modo que pensemos quais problemas, dificuldades e soluções geramos para a construção de uma sociedade melhor para todos. Lembrem-se: Nós somos sujeitos de nossa história, portanto, somente nós mesmos podemos mudar a nossa própria realidade, compondo o mundo a nossa volta.

Se ficou interessado, participe das rodas de conversa e/ou procure a coordenação para ver quando elas acontecerão novamente.

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